Tango do Cretino
No tempo em que eu a tinha nos meus braços,
Faminta de amor e de desejo,
Eu pensava em partir, ela chorava,
E eu lhe dava por esmola, mais um beijo.
Não me abandones nunca, ela pedia,
Sem o teu amor, não sou ninguém,
Suplicava que eu ficasse, e eu ficava,
Por piedade ou por fraqueza, não sei bem.
De joelhos, aos meus pés ela chorava,
Quando eu tentava partir, num outro ensejo,
E eu na minha vaidade de cretino,
Esbanjava por esmola, mais um beijo.
Um dia a encontrei tão diferente,
Um dia vi morrer o seu desejo,
Cretino, implorei covardemente,
Que me desse a esmola do seu beijo.
De joelhos, aos meus pés ela chorava,
Quando eu tentava partir, num outro ensejo,
E eu na minha vaidade de cretino,
Esbanjava por esmola, mais um beijo.
Um dia a encontrei tão diferente,
Um dia vi morrer o seu desejo,
Cretino, implorei covardemente,
Que me desse a esmola do seu beijo....