Payada do Laçador

Ele veio das potreadas
Da estância e da tolderia
Quando o gaucho nascia
Da barbárie das arreadas
Tentos de garras trançadas
E a pericia no manejo
O indio rude e andejo
Sobre o lombo do cavalo
Que tanto botava um pialo
Assim como dava um beijo

Em cada tento uma braça
Dependurado no flanco
Indio pardo negro e branco
Que definiram a raça
Por isso quando passa
Quer de a cavalo ou de a pé
Desde os tempos de Sepé
A legenda o multiplica
A indiada o identifica
E as chinas sabem quem é!

Quando o laço arreboleia
No rodeio ou na mangueira
É a própria estirpe campeira
No serviço ou na peleia
E na pegada mais feia
Num mergulho de infinito
Tudo se para bonito
E a geometria se alinha
Sempre que o guaxo afocinha
Ali no prender do grito!

Parece que ganha vida
Na conflência das ruas
Trazendo as lides charruas
Para o meio da avenida
E, na expressão atrevida
Renascem gritos de farra
Há rasguidos de guitarra
De formação gauchesca
E a tonada barbaresca
Dos ponteiros da cucharra!

Anda um quadro na mangueira
Do tempo atrás removido
E os ares trazem o ruído
Na saída da porteira
Revive a estirpe campeira
Numa entonação pachola
E o laço se desenrola
Soltado num sobrelombo
Que chega a se ouvir o tombo
E a cantilena da argola!

Laço trançado de seis
De quatro como de oito
Sempre seguro e afoito
De acordo com as velhas leis
No Continente dos Reys
O Laçador se destapa
E já faz parte do mapa
Do passado e do futuro
No simbolismo mais puro
Da nossa Terra Farrapa!

Com a vincha atando as melenas
Esvoaçando contra o vento
Resnaces num monumento
De tirador e chilenas
Marcando as feições morenas
Numa figura indelevel
Não há vendaval que leve
Não há progresso que apague
E nem dinheiro que pague
O que o Rio Grande te deve!

Tu nos fala Laçador
Das lutas e pastoreios
Das tropeadas e rodeios
No bronze eterno e na cor
Revivendo o campeador
Mais duro do que o quebracho
Nessa pose de índio macho
Sabendo - de la do alto
Que se arrancarem esse asfalto
Aparece grama em baixo!

Símbolo desta cidade
Num gesto de boas vindas
Olhando as linha infindas
Que abraçam a imensidade
És aprópria identidade
Deste Porto dos casais
Não se extraviarão jamais
Os xucros que derrubastes
Nem os pialos que botastes
Nas munhecas dos baguais!

Curiosità sulla canzone Payada do Laçador di Jayme Caetano Braun

Quando è stata rilasciata la canzone “Payada do Laçador” di Jayme Caetano Braun?
La canzone Payada do Laçador è stata rilasciata nel 1994, nell’album “Paisagens Perdidas”.

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