Cardápio Abstrato
Isoldina
Te vendo um litro d'água
Te alugo oxigênio
Se quiser voltar no tempo
Te ensino a causar incêndio
Não existe mais luar
Roubaram o seu brilhar
Inventaram um sol elétrico
E nunca mais se viu estrelas por perto
O que eu faço com o que fizeram de mim
O que fazer com o que fizeram de nós
O céu congestionado
Pra viver, uso um traje metalizado
A tóxina ganhou do ar
Pra respirar uma máscara tenho que usar
O que eu faço com o que fizeram de mim
O que fazer com o que fizeram de nós
Minha cara pálida, coitada, nem pensa pra acreditar
O até logo é o rascunho do adeus.
Breve lembrança do que um dia foi almejado.
Traços do ontem. Belo Horizonte rastejam um hoje amarelo.
A evolução é o sorriso de uma pessoa má.