Avoante

Quando o riacho vira caminho de pedra
E avoante vai embora
Procurar verde no chão
A terra seca fica só e num silêncio
Que mal comparando eu penso
Tá igual meu coração
Que nem a chuva você veio na invernada
Perfumando a minha casa
Alegrando o meu viver
Mas quando o sol bebeu o açude inté secá
Quem poderia imaginar que levaria inté você
Só resisti porque nasci num pé-de-serra
E quem vem da minha terra
Resistência é profissão
E nordestino é "madeira de dá em doido"
Que a vida enverga e não consegue quebrar não
Sobrevivi estou aqui contando contando a história
Com aquela mesma viola que te fez apaixonar
Tua saudade deu um mote delicado
Pra fazer mais serenado
Meu destino de cantar

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