Pilatos Parte VII
Vejo que a maldição que este povo
Lança sobre mim
Quer me fazer demonstrar
A própria maldade
Não se explicar o que sinto
Pois, quero esse homem libertar
Eu bem sei que ao condena-lo
Um inocente morrerá
Sei que não será o primeiro
Mas, esse e diferente
Só vejo paz em seu olhar
E um grande amor pelo mundo inteiro
No palácio, alguém mais chora
Já lavou inúmeras vezes suas mãos
Mas mesmo sem ver nelas
O sangue que a pouco poderia ter evitado
Sente-se culpado
Por não ter libertado o homem
Mas agora, a solidão do seu próprio vazio
Ouvindo os gritos e o som do martelo
Descobre que a verdade não está na razão dos homens
Não é a maioria que define o verdadeiro
Há sangue em minhas mãos!
Não vejo, mas eu sei que estão sujas
E isso é verdade
E eu não posso mudar
Eu poderia libertá-lo
Mas um grande medo eu senti
Embora tenha visto uma coragem majestosa
Que eu nunca tinha visto em ninguém
Mas de alguma forma
Sinto que a minha culpa
Está sendo rasgada naquela cruz
Nas carnes do Nazareno
Estão escrevendo a minha dor
E em sua santa humildade
De tal maneira se entregou
Naquela cruz, ele conciliou
Sua inocência com a nossa culpa
Todas as dores e angústias
Que os homens sentem
São perfuradas e massacradas
Nas carnes do Nazareno
Estão escrevendo a minha dor
E em sua santa humildade
De tal maneira se entregou