Ná Agua de Oxum
Foi na água de Oxum que eu achei morada
Foi na água de Oxum que eu achei morada
Foi no canto da alma que eu vi trovoada
Foi no canto da alma que eu vi trovoada
Com o abraço de um rei, não faltava nada
Com o abraço de um rei, não faltava nada
Foi na casa de um rei que eu me vi em casa
Foi na casa de um rei que eu me vi em casa
Prisão é estar entre chegar e não ir
Entre estar lá e estar aqui
Entre o amor que não doía e o saber que não sabia
Entre os distorcidos conceitos de pardo, mulato e moreno
Sem saber que o mundo é tão pequeno
Mas a história que ouviu era veneno
E a verdade a vida toda lhe doendo
Se o chão do agreste pôde e limpou
Se a água de Oxum pôde e lavou
Se a minha alma com um só golpe guerreou
Num instante, o que era lagoinha, mar virou
E eu chorei cantei em todo tom pra perceber
E eu tentei mas sempre foi difícil conceber
Preso num amor que eu nunca soube amar
Ninguém me ensinou, eu tive que lutar
E toda insegurança, e toda depressão
E toda incerteza no meu coração
Eu olho pras estrelas, nunca vou subir
Mas o sol que canta sempre teve aqui
E das mil histórias que eu vou contar
Penam pelas curvas do meu caminhar
Vejo em minha mãe onde eu vou chegar
E na minha pele eu vim comemorar
Foi na água de Oxum que eu achei morada
Foi na água de Oxum que eu achei morada
Foi no canto da alma que eu vi trovoada
Foi no canto da alma que eu vi trovoada
Com o abraço de um rei, não faltava nada
Com o abraço de um rei, não faltava nada
Foi na casa de um rei que eu me vi em casa
Foi na casa de um rei que eu me vi em casa