Diário Que Me Resta
Quando o relógio do meu peito este poeta
Se desalinha cai no chão e acorda a voz
A alma surge além de mim em voz aberta
Como no dia em que perdi o amor do meu amor
E nesse tempo a vida fez por me ajudar
Foi rescrevendo a noite e o dia nos meus passos
Hoje nos braços trago o mundo em teu lugar
E o mundo inteiro é peso a mais para os meus braços
Não é que os dias se desenhem mal ou bem
Lá vão passando devagar devagarinho
É cá por dentro este silêncio que mantém
O sol poente pelas pedras as pedras do caminho
Mas eu renego uma outra vida tendo esta
O porto amigo de quem vive sem desejos
A alma triste e o diário que me resta
E ainda desfolho alguns poemas dos teus beijos