Por Onde Anda a Alma Inquieta do Poeta
Por onde anda a alma inquieta do poeta?
Que nos deixou cantando versos de saudade
Talvez buscando um rumo nas estradas que criou
Ou procurando algum amor da mocidade
A sombra grande dos teus versos ainda vejo
Pousada mansa nos meus livros da estante
Ao mesmo tempo que eu a tenho assim nas mãos
Abrem suas asas pra voarem tão distante
Só quem já teve madrugadas pela cara
Dessas que os galos acordavam no cantar
Sabe que a alma de um poeta tem estrelas
E versos claros que por si sabem falar
Por onde anda a alma inquieta do poeta
Que cantou versos pra saudade dos amigos?
Talvez andeje pelo céu que ela merece
E eu bem queria que ela andasse aqui comigo
Quem sabe ande numa tropa estrada a fora
Ou ronde mansa algum silêncio
Quem sabe ande pelas tintas das canetas
Que esboçam versos pela angustia de uma espera
É um desafio trazer meu canto assim pequeno
Sombra miúda ante as frondes que expande
E que tua luz além da herança nos deixou
Uma estrelita junto ao céu deste Rio Grande