Me Aprumando Pro Retoço
Me aprumando pro retoço (Nico Fagundes e Gaúcho Pachola)
Eu botei bota nas duas patas de baixo
Manotiei o barbicacho e botei talco nos chulé
Grosei as unhas emparelhando a frachada
Pra que as bota ensebada me cabecem bem nos pés
Eu tenho medo de pisar em pé de moça
De quebrar alguma loca de fazer algum rasgão
Quando me largo não tem chão que me sacuda
Naquele Deus nos acuda bem no meio do salão
E agora sim ninguém vai me prende o grito
Nunca estive tão bonito num fandango assim tão fino
Sei que me chamam de galdério meio grosso
Por que eu solto do caroço e me encomendo pra o destino
Gosto de dança só que eu ando destreinado
Sempre esqueço pra que lado me atiro num vanerão
Se é pras esquerda já me largo tropicando
Se alguém vem me atropelando é porque eu to na contramão
Suo nas mãos passo breu que me defenda
De rasga roupa de prenda tão bonita e delicada
E nas melenas eu já passei graxa de pata
No xucrismo que retrata minha terra abagualada
Que coisa linda é um fandango de campanha
Onde a chinoca se açanha ate o Chico vir debaixo
A canha é boa num cantil feito de guampa
Que combina com a estampa de qualquer gaúcho macho
No fim do baile to com os calo arrebentando
Passei a noite dançando e quem paga a dor é o pé
Mas não tem nada volto embora galopando
Outro sábado esperando em sentir cheiro de mulher