Sta. Polónia
Amparem linhas paralelas
Infinito, se irão deitar
Deitados nós e abraçados
Sob os astros vigilantes
E troncos ocultando a linha
Locomotiva da história
No desolado deserto
Não ouvimos avançar
Lá vem o comboio sem apitar
Na planície quente sem muros
Não o vimos a aproximar, não o vimos a chegar
Reparem bem nos seios dela
Infinito, se irão juntar
Troncos obstruindo as vias
Passagens de nível por guardar
O expresso La Mancha, avança sem se notar
Lá vem o comboio negro a refulgir
Esmaga a brasa e funde-nos
Não o vimos a chegar, não o vimos a aproximar
Lá vem o comboio sem apitar
E o expresso La Mancha, avança sem cortar o ar
Reparem bem nos olhos dela
Eternos carvões a brilhar
Reparem bem na boca dela
Túnel que se abre sem gritar
Apurem bem o ouvido sem ouvir
Sem sentir, sem sofrer
Nem dormir