A Máquina

Bruno Damianik

Com máquinas gigantes controlam os cérebros
Pra ver se não migramos da situação
Conspiram e aspiram meu mundo
E num click, num switch, sempre mudam
A nossa estação

Quando tão perto da lucidez
Quando, tão perto

Enxugam as lágrimas de quem não pode ver
Nem a meio palmo a frente do que chamam de real
Cercam todo pasto ordenando seus carneiros
Definindo toda essa
"Normalidade colossal"

Quando tão perto da comoção
Quando tão perto

Mas eu sei
Que o amor
Ainda vai
Nos salvar

E eu penso seriamente em te dizer:
"A vida não é assim"
Mas é que eu penso seriamente em te dizer

O ruído da realidade ainda está pra ser ouvido
Pelas portas e janelas que recusam a se fechar
Trinco os meus dentes afiando a paciência
À espera do duelo a que vieram me chamar

Quando tão perto do coração
Quando tão perto

Mas eu sei
Que o amor
Ainda vai
Nos salvar

E eu penso seriamente em te dizer:
"A vida não é assim"
Mas é que eu penso seriamente em te dizer

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