Condomínio

Era uma vez um condomínio lotado de pessoas
Todas elas pensando ter domínio
De tudo colorido que estava ao redor
Mais com medo do escuro e quase sempre é bem pior
De có sabia o nome de cada um, a cor do carro
Telefone, apartamento de um por um
Alguém, algum que estivesse em desacordo
Não sendo lá tão magro e nem assim tão gordo
Não tivesse aquela cor azul ou amarelo
Se fosse um pouco verde, já não seria tão belo
Não entrava no condomínio se não fosse assim
Proibido pra você e fechado pra mim

No fim na verdade, bem lá no fundo
Lá dentro não é diferente como fora
Aqui no mundo e eu afundo na ideia
De que tudo é tão igual
A não ser na diferença que difere o bem do mal
Normal, como dentro desse condomínio
Lotado de pessoas, todas elas sem domínio
Concordo que aparência é artificial
E que as cores do lado de fora são tintas de carnaval

No fundo o mesmo azul
Do mar, do céu ou do sol amarelo
Que brilha em cada um
Ao fundo o mesmo sul
Que deixa o norte sempre assim tão belo
Direcionando um por um

Nesse condomínio sempre igual
Teve alguém que não concordou com as cores de carnaval
Percebeu que o padrão de tudo era imposto por ninguém
E que viver nesse padrão não fazia bem
Mais quem seria usado pra dizer
Que o jeito azul ou amarelo não era igual
Ao jeito de ser ou não ser?
Eis a questão
Quando eu olho de fora não vejo o coração

Então, foi motivado a pregar
Que a vida é muito mais do que se pode imaginar
Muito mais do que o azul do céu e do mar
Muito mais que o amarelo que faz o girassol rodar
Mais do que era mostrado para todo mundo
Mais pra variar não pode ir a fundo
Quando viu o condomínio com outra visão
O síndico sem demora convocou uma reunião
E não deixou que fosse revelada
A existência de outras cores numa vida transformada
Nada pode aprisionar o que tem fé
Uma vida incolor você vive se quiser

No fundo o mesmo azul
Do mar, do céu ou do sol amarelo
Que brilha em cada um
Ao fundo o mesmo sul
Que deixa o norte sempre assim tão belo
Direcionando um por um

Deixa eu imaginar
Vou me livrar deste lugar
Deixa eu me transportar
Vou conversar com Deus, vou me encontrar

No plebiscito do condomínio
Uma voz interrompeu dizendo ter domínio
De que existiam outras cores e outro jeito de viver
Pois conheceu um Deus que teve criatividade pra fazer
Tudo e todos que existem ao redor
Sem precisar estar preso a nada o que é bem melhor
Veio provar que não há necessidade
De correr ao qualquer custo para felicidade

O jeito encontrado por vocês
Inortado de subvindas
Notadas de embriagues
Só levam uma percepção
De que o azul e o amarelo são lindos
Mas não tem brilho na escuridão
E o verde diferente não considerado belo
É a clara junção do azul com amarelo
Traduzindo esse conto nessa canção
Não importa a sua cor ou situação
O mundo é o mesmo nesse mesmo lugar
O que escolhe aqui te diz onde vai parar
As cores do inferno não sei como são
Prefiro conferir de cima com o dono da situação

Deixa eu imaginar
Deixa eu me transportar

E com um coral de anjos cantar
Ná ná ná

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