Maldita

Flávio Renegado / Marco Mattoli / Roberta Gomes

A minha virtude gostar demais
Do teu pecado, achar tudo certo
No seu jeito errado, te entender
Como és
Virtuosa, a sua virtude é tua maldade
Tão difícil quanto a natureza
Bela como vidro que imita um cristal
Naturalmente falsa, maldita
Que eu amo mesmo assim

Ela não tá pra jogo, mas joga
Ela até que dá brisa, mas rouba
Não tá no enredo, mas trama
Dona do Naipe essa Dama

Pra entender, sem chavão de amor clichê
Essa maldita me bagunça e eu nem sei porquê
Quando estou na paz ela faz guerra e fuzuê
Se dou mole na fila, rodo sem perceber

Pisa com classe e charme chamando a atenção
Gosta de rap, curte samba, mas ama o tamborzão
Quando esta na pista nos bonde bota pressão
Luxo só, reune maldade e perfeição

Como bomba atômica essa mina devasta
Um grama do seu beijo vicia, já basta
Gostosa, dona de si, nem disfarça
E tipo sereia, chapa, arrasta

Bandida, provoca as recalcadas e sabe
Avaliar o porte que tem, quanto vale
Banca a dona da banca, e sem blefe
Porque sabe que a banca nunca perde

Olhar de menina que sabe o que quer
Na boca vermelho batom, força e axé
Sem roupa me mostra o seu jeito mulher
Na cama, filha da puta, testa a minha fé

Macumbeira, me enfeitiçou só por prazer
Ama, mata, depois me faz renascer
Entre tantos outros foi me escolher
E juro que eu procuro nem entender

A minha virtude gostar demais
Do teu pecado, achar tudo certo
No seu jeito errado, te entender como és
Virtuosa, a sua virtude né tua maldade
Tão difícil quanto a natureza
Bela como vidro que imita um cristal
Naturalmente falsa, maldita
Que eu amo mesmo assim

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