Destino de Violeiro
Minha inclinação surgiu
Eu ainda era menino
Cantava moda de viola
E a voz parecia um sino
Moda de pouca importância
Eu transformava num hino
Foi assim que me tornei
Um cantador genuíno
Hoje canto pro povão
De alma e coração
Essa minha profissão
É um presente divino
O caboclo quando nasce
Já vem com o seu destino
Basta seguir com firmeza
Sem cometer desatino
O que vem por natureza
Não é preciso de ensino
Quem é bom já nasce feito
Mas assim mesmo eu previno
A carreira é deliciosa
Quase sempre espinhosa
Quem sonhar com um mar de rosa
Dança sem ser bailarino
Na viola bem afinada
A muita gente eu fascino
Esse meu lado versátil
Já vem desde pequenino
Na arte da cantoria
Modéstia a parte eu sou fino
Quem desejar meu fracasso
Pode crer, eu sou ladino
Nas disputas que me envolvo
Sempre mostro algo novo
Arranca suspiro do povo
A viola que eu afino
Em todas a moda que eu faço
Pra perfeição eu me inclino
Não quebro rimas bonitas
Pois a poesia eu domino
Tenho um parceiro de ouro
E o dueto é cristalino
Tendo os fãs por testemunha
Com fé escrevo e assino
Cantando modão raiz
Quem nos ouve pede bis
Mais uma vez fui feliz
Nessa moda que eu termino