Não Dê Sua Cara a Tapa

Eduardo Taddeo

[Verso 1: Dum-Dum]
Já estou cansado de ver os meus manos abaixando a cabeça
Abrindo as pernas para o que a playboyzada impõe
Dando a cara a tapa, não se valorizando
Sendo um fracasso mesmo antes de tentar ser alguém
Sem um objetivo, sem um plano de vida
Se limitando a um cachimbo, ao seu velório, a um oitão da polícia
Acham que ter futuro é enquadrar um banco ou se tornar traficante
Foder com a vida dos manos, ganho daqui e vejo, um bando na esquina
Proceder de atitude diretoria
Mas só pra droga é que tem correria
Ninguém comenta de trampo nem falam de escola
A ideia é crack, assalto, cadeia, sempre a mesma história
Sempre oitão, PT, polícia, sempre enterro
Sempre várias correrias, várias fugas e nada de adianto, só caixão, nada de dinheiro
Ninguém se cria, se levanta, sai dessa merda
É só finado, detento, sete palmos debaixo da terra
No cemitério milhares de embalos estão enterrados
Esse é o caminho do inferno, o crime, a malandragem dos finados
Colei em vários velórios, sempre o mesmo fim, sem surpresa
Do apetite, sangue no olho, sobrou apenas uma vela acesa
Mais uma missa de sétimo dia
Mais uma sepultura assinada pela maldita polícia
Parei, contei e não acreditei, quase 20 pouco tempo, que veneno mano
Sem limite, Vila Formosa, Vila Mariana, cemitério da Vila Alpina
Delito mínimo, a pena máxima, justiça assassina
Nunca dão pano pra nós, é só enquadro, que neurose, puta, que revolta
Dá vontade de meter os canos, derrubar uns filhos da puta, fazer um estrago nessa bosta
É o que eles querem mano, a nossa gente dando motivo
Eu não vou ser o próximo defunto, não quero a ROTA me dando tiro
Me valorizo, eu me auto-estimo, eu sou Dum-Dum e cadáver de polícia espero que não seja o meu destino
Infelizmente a maioria dos manos não evitam esse caminho
Trocam estudo, família, auto-estima por um cachimbo
É foda ver a nossa juventude sendo porra nenhuma
Tomando tiro de polícia, se matando no crack, cavando a própria sepultura
São os futuros mendigos, a nova safra dos presidiários
Dos excluídos da sociedade pro cemitério, pro sistema carcerário

[Refrão 4x: Eduardo e Dum-Dum]
Não dê sua cara a tapa
(A escolha é sua, depende do seu proceder)

[Verso 2: Dum-Dum]
Ser pobre é foda, as vezes cansa mesmo
Bate a loucura, se faz merda e dai? nasce mais um detento
Que a exemplo dos presidiários atuais
Se empapuçaram da vida humilde
38, 12, PT, pá, foram além demais
Só que escolheram um caminho que é de encontro à morte
Recorde dia 2 do 10 de 92, pavilhão 9
A vida digna é um investimento a longo prazo
Por outro lado a vida criminosa é retorno imediato
É bem mais fácil entupir uma PT e tentar a sorte
Se der certo, mano, é a boa, se a casa cai já era, fodeu, trombou a morte
Mais um no chão e várias gargalhadas
Cumprimentos pro maldito que deu a rajada
Ou até uma medalha no peito do canalha
Lei do demônio é foda, é por aí ladrão
Ele te dá a bala e o revólver, só que sua ascensão só vai até a boca de um oitão
Mais um fulano que foi nessa pra um gambé fazer sucesso
Meteu os peitos na frente de uma tático, foi pro inferno
Até quando vamos ver os boys sendo alguém na vida
Enquanto estamos na cadeia ou morrendo na mão da polícia?
A playboyzada vira médico, advogado
E o nosso único diploma será de presidiário
Ninguém pensa em mudança, revolução um caralho
Negócio é crack, revólver, tiro e tráfico
Semi-analfabetos a 5ª série tem a maioria
Sem profissão nem força de vontade, dinheiro do céu é a única saída
Ainda escuto um maluco se lamentando, reivindicando não sei o quê
Que vida filha da puta, que veneno, ninguém me vê
Agilizar ninguém agiliza, se habilitar ninguém se habilita
A única correria, se liga, é crack, cocaína, revólver, tiro, polícia, droga, malandragem
Será que vale a pena o risco, ser mais um óbito, qual a vantagem?
Enquanto houver alguns manos pensando apenas só em diversão
E adotando a vida criminosa como sua solução
Continuaremos nos matando por qualquer merreca
Nos acabando em droga, nos atolando na merda
Se valorize mano, essa é a nossa proposta
Corra atrás do futuro, a auto-estima não bate na porta

[Refrão 4x: Eduardo e Dum-Dum]
Não dê sua cara a tapa
(A escolha é sua, depende do seu proceder)

[Finalização: Dum-Dum]
Corra atrás do futuro, a auto-estima não bate na porta...

Curiosità sulla canzone Não Dê Sua Cara a Tapa di Faccao Central

Quando è stata rilasciata la canzone “Não Dê Sua Cara a Tapa” di Faccao Central?
La canzone Não Dê Sua Cara a Tapa è stata rilasciata nel 1998, nell’album “Estamos de luto”.
Chi ha composto la canzone “Não Dê Sua Cara a Tapa” di di Faccao Central?
La canzone “Não Dê Sua Cara a Tapa” di di Faccao Central è stata composta da Eduardo Taddeo.

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