Assim Mesmo É Que É

António Vicente

Lá na aldeia de onde sou
Não perdoo às raparigas
Se uma o olho me piscou
Meto-me logo em intriga

Dou-lhe dois ou três beijitos
E vai de bater o pé
Que eu não quero mexericos
E assim mesmo é que é!
Que eu não quero mexericos
E assim mesmo é que é!

Ai rapariga
Se fores à fonte
Vai pra‘lo carreiro
Que chegas lá mais depressa
Ai tem cuidado
Com os rapazes
Loucos por ti
Vê lá se algum tropeça

Noutro dia a Rosita
Que é baixinha e trigueira
Foi ao baile com o António
Andaram na brincadeira

E agora já namoram
E é tão bom de ver ai é
Qualquer dia hão-de casar
E assim mesmo é que é

Ai rapariga
Se fores à fonte
Vai pra‘lo carreiro
Que chegas lá mais depressa
Ai tem cuidado
Com os rapazes
Loucos por ti
Vê lá se algum tropeça

Esta vida são dois dias
Diz o povo e tem razão
E se é tão pouco tempo
Vou gozá-lo até mais não

E se encontrar minha amada
Sorridente e cheio de fé
Vou levá-la ao altar
E assim mesmo é que é!

Ai rapariga
Se fores à fonte
Vai pra‘lo carreiro
Que chegas lá mais depressa
Ai tem cuidado
Com os rapazes
Loucos por ti
Vê lá se algum tropeça

Ai rapariga, rapariga
Ai rapariga, rapariga
Ai rapariga, rapariga, tem cuidado
Ai rapariga, rapariga
Ai rapariga, rapariga
Ai rapariga, rapariga, e assim mesmo é que é!

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