Mineirinho de Fibra (Mineiro de Fibra)
Um mineirinho de fibra
Neto de um velho escravo
Da pele bem bronzeada
Cor de canela com cravo
Criado no sertão bruto
No meio de bicho bravo
Dentro da sua razão
Ele gastava um milhão
Pra defender um centavo
Na sua cama de esteira
Sonhava com o tesouro
E se viu ganhar dinheiro
Mas sem levar desaforo
Com esperança e coragem
Chegou na terra do ouro
Onde a lei era o patrão
E quem lhe dissesse não
Ali deixava seu couro
Mas o mineiro de fibra
Com boato não se zanga
Na luta em busca do ouro
Ele arregaçou as mangas
Encontrou uma fortuna
Sofrendo igual boi de canga
Foi receber seu quinhão
Mas encontrou seu patrão
Entre um bando de capanga
Como estava acostumado
Seu patrão falou assim
Tudo que sai dessa terra
Pertence somente a mim
Ou você volta sem nada
Ou vai encontrar seu fim
Mineirinho respondeu
Vou levar o que é meu
Foi pra isso que eu vim
Começou o jogo da morte
Aonde o ouro era a taça
Mas só se via capanga
Tombando entre a fumaça
Patrão deu a sua parte
Deixou de fazer trapaça
Não viveu mais na pobreza
Mas pra ter sua riqueza
Mineirinho mostrou raça