A Hierarquia do Pecado
Reintegração de posse e reinvindicações do dízimo
Os nativos processam na justiça todo mal que a religião fez em nome de Cristo
Todo ouro do Vaticano, voltando pro solo Africano
Chega de se contentar com o bronze da medalha de um judoca
Nas próximas Olimpíadas ou nos jogos Pan-Americanos
Se toca
Europa devolve
Tudo o que é nosso
Já basta deixar
pra terra comer
Todos meus sonhos e até os ossos
Corpos caíram e não serão mais os nossos
Cansei de vim ver sempre destroços
O homem não muda mesmo com esforços
O dono é machista a dona é racista
A estrutura é sempre fascista
Sou só mais um preto que estampa revista
Virando uma máscara pseudo-ativista
Esperar por mudanças me dá preguiça
E o L bateu
E você esqueceu
Da festa com tema Escravagista
Eu vejo meus amigos na convivência
Conveniência de posto gasolina
Sendo coniventes igual um porco
Vivendo um comercial de margarina
Assim no Aiyê
Como no Orum
Pai nosso que nos abandonastes
Venha a nós para derrubar o próprio reino e que seja feita a nossa vontade
Enquanto a sociedade bate continência pra um soldado morto
Só nos sabemos
O que sustenta a nossa reputação
Que foi de água pro vinho
E segue bêbado na oração
Acreditando que o boi agradece o abate
E que o pobre precisa da bala
A bíblia que protege e salva
Violentamente na língua dos anjos te fala
A Mata Atlântica
Virando Atlântida
Carregando o final trágico
O calor tropical
Perdendo a semântica
E virando o frio do Ártico
Vale refeição
Nos daí hoje e sempre irmão
Estamos confundindo
Admiração com tesão
Saúde com fast-food
Alguém me ajude
A sair da frente dessas políticas e relações líquidas
Que acabam indo para o mesmo lugar que os restos de comida
Então, sem sermão
Nos que lembremos
Enquanto bebemos
No final é sobre consumir mais
E separar nós de nós mesmos
Assim no Aiyê
Como no Orum