Insignificâncias

Douglas Germano / João Poleto

Flor do terreno baldio
Coração do meu quintal
Deslimites de inocência
Cai do olho palavra que é cega de voz
Sopra a boca, a lágrima muda de sóis

Flor do quintal mais gentil
Meu baldio coração
Deslimites de menino
Chove cor, venta rio
Me pariu a manhã
Sabiá me contou despalavra mais sã

Há tanto de Manoel deslocando chão e céu
Revirando pedra em flor, revoando folharal
Cultivando sombra em rio
Desformando todo o amor em mar
Tingindo em mar

Há tanto de pedra em flor
Cultivando sombra em céu
Revirando folha em mar, revoando Manoel
Deslocando amor do chão
Quando planta lápis no papel
Pra menino ver brotar

Com um abridor de amanhecer
Rindo, mentindo, sem dó, sem dor
Me desinventou pra me humanizar
Rindo, mentindo que é nada

Há tanto de Manoel deslocando chão e céu
Revirando pedra em flor, revoando folharal
Cultivando sombra em rio
Desformando todo o amor em mar
Tingindo em mar

Há tanto de pedra em flor
Cultivando sombra em céu
Revirando folha em mar, revoando Manoel
Deslocando amor do chão
Quando planta lápis no papel
Pra menino ver brotar

Com um abridor de amanhecer
Rindo, mentindo, sem dó, sem dor
Me desinventou pra me humanizar
Rindo, mentindo que é nada

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