Acaso

Pura brisa martirizada
Sensação de estar no espaço
As ondas são suas delicadezas
E pensar na sua beleza
Escultura feita por anjos
Onde não devemos nada
E deslumbra entre os dados
Jogados pelo acaso
E o espaço faz de tudo opressão
Das suas forças mais ocultas: bravo canhão
Sobre o pulso que pulsa
E a ternura de estar sozinho
E descobrir qualquer ninho
Força idolatrada pelos seus livros
Não existe absoluta certeza
Mísera magia da natureza
E ainda procuras nobreza
Num buraco qualquer
Talvez precisasse de uma navalha
Para cortar num susto
Essa energia descontrolada
Que não floresce
E nem cresce
E mais nada
Pura brisa martirizada
Sensação de estar no espaço
Precisamos nessas horas
De que precisamos nessas horas
Nunca houve uma vitória
Que morresse o mais belo
E vivesse o mais fraco
Nossos heróis não são de aço
Morrem por pouco amassados
Sofrem bem aí
Em outros casos
Sempre procuram sorrir
São espertos para iludir
E falecem dentro de ti
Pura brisa martirizada
Sensação de estar no espaço
As ondas são suas delicadeza
E pensar na sua beleza
Escultura feita por anjos
Onde não devemos nada
E deslumbra entre os dados

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