Vida Bandida

Detentos do Rap

Sim, eu reconheço foi muito fácil, ninguém é perfeito, um corpo num ameaço
Esticado no chão eu vi uma pá, hoje sou eu quem tá no lugar
Tem um ditado que meu pai dizia: Simpatia, irmã da covardia
Aperta a mão, só da risada, você vira as costas e toma rajada
Eu não consigo mover, mau posso respirar num instante uma voz pede pra eu voltar
Mas pra onde? Qual o lugar? Será céu, inferno, terra, mar?
Sinceramente, sei lá

O tempo volta atrás em frações de segundos, tô indefeso num covarde submundo
Aí virei a caça de quem tanto cacei, fui alvejado por quem tanto mirei
Desse jeito, pode acreditar, meu pior pesadelo veio me buscar
Meu corpo quente, na boca um gosto amargo. Caramba, mó sede, gelado o asfalto
Uma senhora que chamou a Ambulância: Meu Deus, ele ainda é uma criança!
Mas é daqui pra pior, a vida bandida com altos e baixos, subida e decida
Tudo gerado em volta do poder, do dinheiro, da droga, luxúria, prazer
Mas é comum no meu habitat, a necessidade me faz espelhar
Eu não sabia que era tão complicado crescer, virar adulto, sou homem criado
Vê só agora, ninguém ao meu lado, ninguém que me diz: Sou aliado
Aí eu volto atrás em 93, mês de Julho, eu com dezesseis
Cursando a quinta série no colégio Dom Paulo, não tinha nem maldade, tudo era um barato
Eu tinha uma TBR, preta e amarela, curtia pra caralho, a minha vida era aquela
Que todo maluco sempre quis ter, sem droga, sem arma, sem guerra de poder
Namorava uma mina que chamava Lidiane, quebrava tudo, linda, deslumbrante
O tempo passa a tendência é mudar, feliz daquele que não se adaptar
Com a vida bandida a maldade em volta, cadeia, vala, cadeira de rodas
Adolescente inconsequente, um sonho de consumo, eu não sabia que era assim o submundo

Você quer o doze mola? Então, aí vai dar uma de R$ 109,90 e mais doze de R$ 99,90
Caralho!
É, tiozão! Doze mola aê, ó. Dá três papel de pedra aí, e dois de farinha aí e tá suave

Um maluco viu a cena e foi avisar: Aí, seu Zé! Balearam seu filho lá no bar
Saber que estou morto, uma pá tem mó prazer, na covardia faz meu sangue escorrer
Santa Clara, ilumina esse plebeu. Santa Luzia, abre os olhos meus
É que o demônio teve aqui e criou um pesadelo com lágrima, sangue, seguida, enterro
Tão me levando no resgate agora, quem chegar primeiro diz a minha hora
Se é hora de viver ou de morrer. Se é Deus ou o Diabo, quem irá vencer
Eu só me lembro de um espelho refletindo uma imagem, vagarosamente eu tava em desvantagem
Alguém alucinado dando risada, olhando a minha face toda ensanguentada
Eu confiei de mais na nove de aço, Satanás foi mais astuto e me jogou o laço
Dizem que o inferno é em outro lugar, o inferno é aqui, pode acreditar
E o demônio é a causa, a roça, Schmidt, e a maldade que entre nós existe
Na UTI eu vi uns aliado, ouvi alguma coisa sobre vai ser cobrado
Eu não consigo mover, gesticular ou falar, quase não tenho forças pra respirar
Força, coragem! Amor, tenha fé! Tô ouvindo isso da minha mulher
Mas é fato consumado, o pior é inevitável, entre o bem e o mau, quem venceu foi o Diabo
Escureceu de vez, não posso resistir. Deus desistiu de mim

Celso Lima Da Costa, entrou em óbito às 14 horas e 56 minutos. Causa da morte: Falência múltipla. Registrado
Que desespero da minha família agora, saber que eu morri antes da hora
Cada lágrima que cai fere meu espírito, me faz queimar no fogo infinito
Desce meu caixão na funda sepultura, mais uma vítima da guerra dura
Hoje sou eu, amanhã é você. Vida bandida é desse jeito, nego, pode crer
À Deus eu faço meu último pedido: Livra meu filho desse mundo maldito
Por mim, a vingança eu deixava quieto, mas os manos são foda, faz honra ao mérito
Pode se ver a maldade estampada, o ódio no peito e o odor da desgraça
Vai custar pro meu filho entender, que só em sonhos vai poder me ver
Talvez com dezesseis ainda lembre-se de mim e desse triste episódio aqui
Chegou a hora do retiro espiritual, abriu a porta do mundo sideral
Nada mais eu posso fazer, espero que você possa entender
Que a vida bandida não é pra qualquer um, não. Tem dublê na cena do bum
Seja você mesmo dono do seu nariz, faça o contrário de tudo que eu fiz
Que daqui de cima eu tô te observando, um anjo arrependido te iluminando

Então, aí vai dar uma de R$ 109,90, e mais doze de R$ 99,90
Caralho!
E aê, Chabá?
Meu Deus, ele ainda é uma criança!
Força, coragem! Amor, tenha fé!

Curiosità sulla canzone Vida Bandida di Detentos do Rap

Quando è stata rilasciata la canzone “Vida Bandida” di Detentos do Rap?
La canzone Vida Bandida è stata rilasciata nel 2005, nell’album “Deus do Morro”.

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