Redomona
Vou lhes contar de uma feita, na volta de umas carreiras
O Sol com menos de braça, por detrás das cordilheiras
A redomona que eu vinha dessas que bufa e se nega
Troteava espiando os cusco que farejava as macegas
Foi então que a moura negra se assustou de um mulitão
Deu um coice nas roseta e já sacudiu o chergão
Mas eu por ser dos arreio e do oficio das ponteada
Sai abanando o pala raiando com a cachorrada
Descemo ladeira abaixo fazendo um xará chachá
E o pala enroscava as franja na flor do caraguatá
Foi na cerca do potreiro e se atracou numa cancela
E uma xirua assistindo rezava sobre a janela
Quase rodou sobre um coxo bem na sombra da figueira
Bufando de cola astiada parou dentro da mangueira
Perdi pistola e a faca e um cantil de canha pura
Mais a mala de garupa com pastel e rapadura
Froxou a cincha dos arreio chegou a me esvoaçar as melena
Só não perdi a confiança neste meu par de chilena