Provérbios

Lá, onde o vento faz a curva,
Eu só de bob na pedra ao luar
Sentia o sopro do vento
Zum, só para meu alento ouvi cantar
O vento atiçando a nuvem
Que ataca de cinza, o azul se perdeu.
Pingos pularam lá de cima
E eu nem sei como isto aconteceu

E a lua já meio iluminada
Fingia se esconder de mim
É que, uma nuvem assim muito safada.
Tapava a visão daquele branco jasmin.
Parada na pedra, eu encharcada,
Alheia, olhos perdidos, ao luar.
Mas dizem que quem fica parada
E se mete com chuva é para se molhar.

De repente alguém gritou meu nome
Parecia um anjo protetor
Nas costas me senti flechada, mas
Foi pedra que ele me atirou
Como entender tal proteção
Se fui atingida assim do nada
Perdida nos encantos do tempo
Se quer vi o momento
Embriagada de ilusão
De volta da minha viagem
Fitei o sujeito que olhava pra mim
Arco-íris enfeitando a paisagem

Disfarçando o cinza com o carmim
É que o vento, a nuvem, a lua enfim
Armaram o cenário pra eu encontrar
A cor da paixão que o sujeito prometia
Enchendo minha solidão de alegria
Lembrando a lição com nostalgia
Que basta viver com temperança
Que depois da tempestade
Como vovó já dizia
Vem a bonança.

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