A Mosca

AFONSO JOSE VIEIRA DA SILVA, UNKNOWN UNKNOWN

A dita mosca na janela, 'tá-me a incomodar
Esfrega as patas quê que ela tá a planear
Julgando a fala naquela de me vir atrapalhar
Dá p'ra cala-la sem ter que a eliminar
Eu no shack trancado, o que eu gravo
Pára-me o tempo
Se tenho um bec de graves, não é grave
Mas não 'tou contente
Não gravo a track p'ra nabos, incultos, parvos
Só p'ra 'tar à frente
Páro a track, calo-me, não consigo gravá-la
Com a mosca no templo, boy

Paranoia, paranoia, paranoia, paranoia
Para-paranoia, para-paranoia, para-paranoia, para-paranoia
Paranoia, paranoia, paranoia, paranoia
Para-paranoia, para-paranoia, para-paranoia, para-paranoia

Cala a boca, vê
Tudo o que 'tou a escrever
Não é p'ra tar na TV
É p'ra pôr no CV
Enquanto a mosca crê
Que só vim pelo cashé
Só pergunto
O quê que ainda 'tá cá a fazer?
Parti o estudio cheio de ódio à busca dum insecto
Parei as gravações a meio, interrompi o projecto
Foram horas perdidas sempre a encarar um teto
Bazei de lá, o zumbido 'tá-me a foder o intelecto
Não consigo 'tar perto
Não consigo 'tar esperto
Tou a seguir um caminho que dizem ser mais recto
Tou a sorrir p'ra um destino que sei que é incerto
Mas tenho o corpo inerte
Porque tenho a mente aleste
É negra a faixa, arte mas não é marcial
Conduzo na outra faixa num nada comercial
Eu pus arte de lado por causa dum animal
Não posso parar por tal
Nem que tenha de abrir portal

Paranoia, paranoia, paranoia, paranoia
Para-paranoia, para-paranoia, para-paranoia, para-paranoia
Paranoia, paranoia, paranoia, paranoia
Para-paranoia, para-paranoia, para-paranoia, para-paranoia

Voltei ao ventre, 'tou cá dentro e isto não 'tá diferente
Abri o FL, acendi o mel dei com a mosca de frente
Olhei a puta nos olhos, nas milhares de facetas
Tu não és culta mas podes aprender com os profetas
Vou p´ro mic
Puxo um nite
Não há bite
Nesta fight
Ainda vou apanhar uns flights
Só p'ra cuspir a minha life
Não há light
Nesta cave
And I might
Cuspir grave
Limpei o maior entrave
Agora quero ver quem trava
Tão a minar pitas eu vim cá minar o ouro
Querem todos molhar cricas, se eu vim cá é pelo gozo
Rafeiras andam famintas atrás todas deste Boss
Numa praxe em toda a quinta é quinta de enterrar do osso
Tá fechado, 'tá gravado
Do mais puro do mercado
Não vai passar na rádio
Isto não é p'ra todo o cardio
É errado o mercado
Preferir a quantidade
Quando tanta qualidade
Tá aqui tão parada

Paranoia, paranoia, paranoia, paranoia
Para-paranoia, para-paranoia, para-paranoia, para-paranoia
Paranoia, paranoia, paranoia, paranoia
Para-paranoia, para-paranoia, para-paranoia, para-paranoia

E no fim do recado, com a paranoia de lado
Com o clima controlado, aterra a mosca no meu rato
Fico parvo, enquanto maro
Sobre a vontade de matar, penso e páro
Que no final ainda posso vir a evitar
Posso vir a hesitar
Posso vir a poupar
Posso vir a cagar
Posso vir a parar
Tou na posse do martelo na tribuna pronto a julgar
Como um Boss de um Cartel não há jura p'ra não matar

Paranoia, paranoia, paranoia, paranoia
Para-paranoia, para-paranoia, para-paranoia, para-paranoia
Paranoia, paranoia, paranoia, paranoia
Para-paranoia, para-paranoia, para-paranoia, para-paranoia

Curiosità sulla canzone A Mosca di Corvo'

Chi ha composto la canzone “A Mosca” di di Corvo'?
La canzone “A Mosca” di di Corvo' è stata composta da AFONSO JOSE VIEIRA DA SILVA, UNKNOWN UNKNOWN.

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