Outrora

Quando beira o caos, vejo a solução
Acho tão normal, um talvez, um não
Mas prefiro sim ao dizer que nunca mais
Sempre foi assim: alma nua e crua
Tudo é tão banal quando é só razão
Quando a gente quer negar toda intenção
E viver assim simplesmente é não viver
Preferir o fim do que ver a lua

E a rua agora é o lar
De quem outrora foi meu habitat
Se essa demora custar a passar
Eu sei que logo já não serei mas eu

Quando beira o cais sua embarcação
Navegou demais, só quer distração
Quando chega ao fim de tanta aventura
Maremoto em ti, sob a noite escura

E a rua agora é o lar
De quem outrora foi meu habitat
Se essa demora custar a passar
Eu sei que logo já não seremos nós

Eu não serei mais eu