Vinte e Seis
Eu converso comigo nessas linhas
Eu faço o que eu quiser com essas linhas
Eu permaneço sendo o que quiser nas linhas
Eu mato e morro na porra dessas linhas
Eu ainda falo comigo nessas linhas
Ainda faço o que eu quero com essas linhas
Eu sou Deus e o diabo
Nessas linhas
Eu ainda mato e ainda morro em cada frase dessas linhas
Uma vida baseada em ficar longe dos padrões
Não quero que meu passado não se restrinja a fotos
Quero grana em autonomia pra não obedecer patrões
A meta é contar notas
Cansei de contar corpos
Cheguei aos 26
Nem morto, nem recluso
Saudável até certo ponto me traga mais uma dose
Vou viver pra sempre parafraseando Torres
Virar lenda igual Tim Maia depois morrer de overdose
Eu só quero o que é meu, eu já falei
Ressalva ninguém vai tocar em quem correr comigo
Não entenda como compaixão o perdão aos inimigos
Só que já não tem lugar no cemitério clandestino
Mensagens de um futuro dominado pelas máquinas
Desertos e geleiras só o mirante segue intacto
Filho do caos adotado pela diáspora
Corpo fechado intocável tipo cacto
Eles grita que é o corre
E nóis trabalha no silêncio
É o teste de Asgard
Se for digno prove
Olho os retardatário com a distância de um milênio
Eu ácido como Engov e as patrícia se dissolve
Isso aqui pode cair a qualquer momento
Por que eu roubei de um cara branco que se acha preto
Meu primo vai cair a qualquer momento
Filha da puta é um cara branco que ainda me deve dinheiro
Eu converso comigo nessas linhas
Eu faço o que eu quiser com essas linhas
Eu permaneço sendo o que quiser nas linhas
Eu mato e morro na porra dessas linhas
Eu ainda falo comigo nessas linhas
Ainda faço o que eu quero com essas linhas
Eu sou Deus e o diabo
Nessas linhas
Eu ainda mato e ainda morro em cada frase dessas linhas
E às vezes esqueço meu próprio nome
Ainda estranho se me chamam de CM'
Meu pai disse, eu tinha onze, foda-se como te chamem
Tenha postura de homem pra não morrer como meme
Eles vendendo a alma pro Spotify
Eu escrevendo com a alma
Pra ficar na memória
Quem vem lá roubando beat pra fazer freestyle
Eu daqui roubando beat pra fazer história
Demônios na minha mente
Pássaros na minha janela
Escondendo a quadrada pra fugir da sentinela
A poeira radioativa me trouxe algumas sequelas
E eu bastardo de um Deus
Falho, paguem putas, tragam velas
Preso nessa carcaça
Ela me quer no corpo dela
Sem teto, mas com sorte eu tô morando dentro dela
Realidade paralela
Trampa que a vida nivela
Não existe passarela
O papo reto te atropela
Ignoro MC's mortos, não curto necrofilia
Eles rimando merda, eu chamo de coprofilia
Tanta branca no direct, pensei numa orgia
Mas amo minha preta
Odeio cromatofilia
E quem que vai medir minhas analogias
Mesa branca vela preta
Baixas tecnologias
Expurguei dementadores sem magia
Comunista com certeza rico quem sabe um dia
Nem morto, nem recluso
Cheguei aos 26
Executei a concorrência
Meu corre é monopólio
Nem morto, nem recluso cheguei aos 26
E vou viver pra sempre é só olhar meu portfólio
Nem morto, nem recluso
Cheguei aos 26
Destino ainda incerto, casa branca ou sanatório
Cheguei aos 26
Eu sou minha própria plateia, só eu posso ver o show sempre que fecho os olhos
Eu converso comigo nessas linhas
Eu faço o que eu quiser com essas linhas
Eu permaneço sendo o que quiser nas linhas
Eu mato e morro na porra dessas linhas
Eu ainda falo comigo nessas linhas
Ainda faço o que eu quero com essas linhas
Eu sou Deus e o diabo
Nessas linhas
Eu ainda mato e ainda morro em cada frase dessas linhas