Moça da Estrada
Moça da estrada, flor desfolhada pelo abandono
Caminhoneiro, longe da esposa, longe do lar
Busca em seus braços matar desejos do amor distante
De quem rodando não sabe quando vai regressar
Porque não digo toda verdade, que os seus lábios
São mais gelados do que a neblina do madrugar
Você fingindo que está amando, deseja apenas
Em qualquer posto, um quarto pobre para pousar
Moça da estrada
Os braços teus
Também já foram
Longa pousada dos sonhos meus
Moça da estrada, pouso forçado na encruzilhada
Onde a saudade ali se encontra com a solidão
Vidas cansadas, empoeiradas que vem de longe
Por cordilheiras, curvas e lamas de muito chão
O fogo ardente de vossos beijos dura uma noite
No outro dia, nem de seu nome vão se lembrar
Naquele posto, beirando a estrada, você sozinha
Espera outro caminhoneiro por lá passar