Tu (És Uma Hoe)

Chullage / Mauro Simões

Não sou o average nigga, sou aquele que fez subir as medias
Vocês escrevem ficção, comédias
Eu escrevo enciclopédias
Ponho adjetivos no hip hop, meu nome é um dos seus sinónimos
Minha poesia tem o Camões esquecido numa campa dos Jerónimos
Fama deixo p'ra vocês e mantenho-me entre os anónimos
Mas tiro-vos do anonimato quando vos transformo em meus antónimos
Vossa jealousy boicota-me enquanto eu vos promovo
Eu dou no duro enquanto vocês falam
Quando se fodem eu n me comovo, removo
Catálogos de fake niggas que não dão chance a sangue novo
Vocês
Fazem isto por vocês
Eu também
Mas também
Pelo resto do povo
Enquanto desenvolvem isto em estúdios, é na rua que isto eu desenvolvo
Não me envolvo
Fora da rua, o amor que ela me dá, a ela devolvo
Eu não vos desejo mal, mas verem-me mal provoca-vos muita ancia
Se vocês me foderem sentem glória, se eu vos foder sinto que foi ignorância
No fundo eu desencorajo a ignorância que vocês incitam
Vocês não têm ego, egos não imitam
Vivia do rap se cobrasse cheques a todo aquele que me byta
Girem-me a gaita
Sou voluntário 'pa street fighta'
Não sou ghostwrita'
Vocês seguem lideres, sou perseguido por quem vos lidera
Vocês esperam editoras, eu ponho editoras à espera
Vocês são underground, mas se a 'paka entra, até o vosso cu coopera
E nem o amor que diziam ter se recupera
Vocês são contra o sistema enquanto o sistema não vos remunera
Vocês amam o hip hop enquanto o top não vos numera
Vocês são o que vos mandam, niggas eu sou o que eu quero
Ou seja, eu sou um knowledge God, vocês são um clero

Tu não giras onde eu giro, tu não paras onde eu estou
Tu só queres paleta, vídeo
E rádio
Tu cagaste 'po underground e todo o people do ghetto
Tu só queres é euros, muita fama e putedo
Tu ignoras o teu povo, o que ele passa, ou o que ele passou
Tu só keres receber e cubar descansado depois do show
Tu abandonaste a luta e deste o cagueiro
Tu não és músico, tu és uma hoe

Rimas fluem como esperma, vossas cabeças são ovários
Penetro-vos sem preservativos, fecundo-vos, mas não compareço em notários
Vocês têm clientes p'ra quem dão concertos, eu tenho tropas p'ra quem dou plenários
Entrem de B.I. e caneta, sentem-se que eu já compareço com os questionários
Vocês vendem o hip hop, eu dou-lhe assistência técnika
Como vocês há muitos, como eu são menos que direitos p'ra uma minoria étnica
Rap é o petróleo de muitos monopólios
Onde falsos tornam-se populares
Que não têm causas, e por isso servem as causas dos outros tipo militares
Movendo guerras contra quem não tem crenças, valores e cores similares
Mas não construam torres gémeas, eu mando-as pelos ares
É que vocês imitam americanos, eu fodo-vos tipo o saudita
Isto p'ra mim é revolução, p'ra vocês resume-se a guita
Por isso eu vou até ao fim, vocês vão até onde o dinheiro acaba
Quero que vocês se fodam enrabados, luto contra quem vos enraba
Vocês mostram a roupa, eu mostro a filosofia da fubu
P'ra nós
Por nós
Todos nós
Que 'sa foda se eu n subo, com o inimigo não cubo
Editoras e crews fakes mandam tubo
Mas na street eu vos derrubo
Dinheiro sujo faz a minha música, a vossa música faz dinheiro sujo
Brothers não intrujo
Isso é ganância, e é desse mundo que eu fujo
Vocês são ouvidos na radio e discos, eu só sou ouvido nas escolas
Eu busco igualdade e knowledge
Vocês só buscam dollars

Clamam velha e nova escola, clamo escola da rua onde vocês são baldas
Eu já enchia folhas desta merda, vocês enchiam a vossa merda em fraldas
Outros dão p'ra profs, mas só ensinam a descer as calças e dar as nalgas
Por isso de mim tudo o que levam é “um das Caldas”
No fundo são crianças a tocar nos assuntos dum adulto
Superficiais e omissos nos temas que provocam a desigualdade da qual resulto
Vocês são politicamente corretos, politicamente eu insulto
Não socializo e nem oculto
Nem escrevo rimas softs p'ra agradar a esse tuga pseudo-culto
Vossa sabedoria pode ser budista, mas paka é o vosso úniko culto
Após 16 barras do meu senso comum, eu vos sepulto
Minha música gera tensão social, a vossa gera quantias de vulto
Os vossos concertos geram aplausos, os meus geram tumultos
É que eu resisto à opressão, rap é uma das armas válidas
P'ra eu n acabar como os índios, já que vocês agem como os caras pálidas
P'ra vocês sou um negro a ser explorado, rap é mais uma plantação
P'ra alimentar a vossa indústria e deixar-me com uma ínfima proporção
Querem-me calar, mas quando pego no mic, ponho os vossos todos no mute
Quando quiserem peguem na vossa, eu pego na minha crew e bute
Eu solo fodo crews, vocês formam crewz p'ra me foder a solo
Sou dos que emprenha a tuga com o hip hop, vocês são dos que carregam-lhe ao colo
A minha influência é Zulu Nation, a vossa influência é jigga
Vossa cor é verde código verde, eu continuo nigga

Curiosità sulla canzone Tu (És Uma Hoe) di Chullage

Quando è stata rilasciata la canzone “Tu (És Uma Hoe)” di Chullage?
La canzone Tu (És Uma Hoe) è stata rilasciata nel 2004, nell’album “Rapensar”.
Chi ha composto la canzone “Tu (És Uma Hoe)” di di Chullage?
La canzone “Tu (És Uma Hoe)” di di Chullage è stata composta da Chullage e Mauro Simões.

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