Aranhas
As aranhas colonizam
Os aposentos ecoantes
Deste meu crânio sem mobília
Sem relógios, sem estantes
Se aprisionamos na cabeça
O universo todo
Até que flor da Luz floresça
E quebre essa casca de ovo
Chapado, entre as dobras da noite
Penteando as ideias
Faço um blues a meus vícios
Tecendo em rabiscos
Versos sinceros no espelho da água
Perscruto as crateras do sidério disco
Quero um golpe de acaso feliz
Só quero um golpe de acaso feliz
Feliz
Se aprisionamos na cabeça
A chave, o dharma e o Fogo
Movimento é incerteza
Não pensa muito, não, meu bem, jogue o jogo
Brisado, uma estrela cadente diz pra eu ter fé
Que vai dar pé
Brisado, uma estrela cadente diz pra eu ter fé
Que vai dar pé
Faço um blues a meus vícios
Rabisco e rabisco
Formas informes de um tudo que é nada
Num sonho maluco onde penso que existo
Chapado, entre as dobras da noite
Penteando as ideias
Brisado, com os lábios sujos de vinho
Criando epopéias