Depois de um tiro de laço
O travessão se acomoda numa badana de pardo
Argolas e aço templado sustentam firme o cinchão
Ato a corda bate-coxa, pacholeando a campereada
Deixando a volta da armada lá na curva do garrão
Indiada pronta pra luta, mais um dia de refrega
Pingos esmagam macegas rumo ao fundo da invernada
Alguns arrastam o laço no cerimonial toreno
E os tentos bebem sereno extraído da madrugada
Nos gritos de êra-boi mesclados com assovio
Vai juntando o gaderio, reunindo todo o rodeio
A cuscada trabalhando, mangueando no fiador
Levo até o parador a algum refugo matreiro
Enquanto uns armam o laço, outros cercam o rodeio
E tranças num rebolqueio cortam o vento num silvido
O contraponto das patas que se alarga pela pampa
Se estanca num par de guampas ou no grosso do fervido
Depois da força escorada entre argola e presilha
Serpenteando entre as flechilhas descansa dos simbronaços
Enrodilho cada volta das treze braças de couro
E enfeito a anca do mouro depois de um tiro de laço