Saudade da Minha Infância
Que saudade que saudades que saudade
Dos meus oito anos das tristezas passageiras
Dos primeiros fatais desenganos
Que saudade das barquinhas e das bolas de água e sabão
Que saudade da barra manteiga da unha da mula do roda peão
Das histórias de branca de neve e das correrias atrás do balão
Que saudade que saudade desse tempo que não volta mais
Da ciranda cirandinha e do jogo do lençinho atrás
Que saudade desse tempo
Gulodisse custava um costão e a gente comprova pipoca pra socar mendoim
Torradinho e pinhão mais que medo do homem do saco
Da velha coroca e da assombração
Que saudade das modinhas que falavam do tal rococó
E das lindas serenatas que faziam a prima loló
Que harmonia que alegria nesse tempo que não volta
Mas dizem que recordar é viver
Eu não quero morrer sem também relembrar
Do bodoque do meu estilingue e de uma menina que quis namorar