Fado do Campo Grande

Ary Dos Santos

A minha velha casa,
por mais que eu sofra e ande,
é sempre um golpe de asa,
varrendo um Campo Grande.
Aqui no meu pais,
por mais que a minha ausência doa,
é que eu sei que a raiz de mim
está em Lisboa.
A minha velha casa
resiste no meu corpo,
e arde como brasa
dum corpo nunca morto.
À minha velha casa
eu regresso à procura
das origens da ternura,
onde o meu ser perdura.

Amiga amante, amor distante.
Lisboa é perto, e não bastante.
Amor calado, amor avante,
que faz do tempo apenas um instante.
Amor dorido, amor magoado
e que me doí no fado.
Amor magoado, amor sentido,
mas jamais cansado.
Amor vivido é o amor amado.

Um braço é a tristeza,
o outro é a saudade,
e as minhas mãos abertas
são chão da liberdade.
A casa a que eu pertenço,
viagem para à minha infância,
é o espaço em que eu venço
e o tempo da distância.
E volto à minha casa,
porque a esperança resiste
a tudo quanto arrasa
um homem que for triste.
Lisboa não se cala,
e quando fala
é minha chama,
meu castelo, minha Alfama,
minha pátria, minha cama.

Amiga amante, amor distante.
Lisboa é perto, e não bastante.
Amor calado, amor avante,
que faz do tempo apenas um instante.
Amor dorido, amor magoado
e que me doí no fado.
Amor magoado, amor sentido,
mas jamais cansado.
Amor vivido é o amor amado.

Ai, Lisboa, como eu quero,
é por ti que eu desespero.

Curiosità sulla canzone Fado do Campo Grande di Carlos do Carmo

Chi ha composto la canzone “Fado do Campo Grande” di di Carlos do Carmo?
La canzone “Fado do Campo Grande” di di Carlos do Carmo è stata composta da Ary Dos Santos.

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