Fado do 112
Sem capricho ou presunção
Nesta torre de papel
Deita sete olhares de mel
Em metade dum limão
Na noite mais traiçoeira
Ruim, medonha, brutal
Descontada a pasmaceira
Do inferno do normal
Se me vires a cara séria
Juiz togado ou em fralda
A julgar faltas á balda
Num tribunal multimédia
E tomado o pensamento
Por rombo, machado ou moca
Pega no laser da moda
Dou-te o meu assentimento
Se me vires por fraqueza
Por perfídia ou aflição
Mergulhado na tristeza
Com que se mói a razão
E servi-la á sobremesa
Das ceias da frustração
Assentado na baixeza
O programa da nação
Por favor, peço-te só
Não te demores, vem logo
Traz gasolina, põe fogo
Meu amor não tenhas dó