Síndroma de Peter Pan

Capicua

Quem é que quer crescer? Quem é que quer crescer?
Quem é que quer usar gravata, pôr a farda, envelhecer?
Quem é que quer rugas no rosto e responsabilidade
Viver a contragosto como é próprio da idade?
Ana, mulher Balzaquiana, me confesso
Detesto fazer nos porque sinto o tempo escasso
Pra tanta coisa e tanto espaço
Pra esta vontade de voar e deixar rasto
E até p’ó erro crasso!
Como o coelho de Alice o tempo tem sempre pressa
E o relógio biológico em contagem decrescente
É o que me stressa...

Não dá para estar deitada ao sol na areia da ampulheta
Já que a areia é movediça, eu não vou ficar quieta
Pois foi crescendo com a idade uma espécie de ambição
De ter sentido e ser eterna como só os artistas são!
Fazer a diferença, carpe diem em câmara lenta, até aos 90
Sem aceitar que a morte seja só uma caixa preta
Que nos prende inoportuna, interrompendo a nossa agenda
Enquanto o mundo continua como se nada fosse
Com aquela indiferença de que tudo é agridoce
E se houvesse uma outra chance? Imagina...
Se a tal luz no fim do túnel for o sair de outra barriga?

Quem é que quer crescer? Nah! Quem é que quer crescer?
Quem é que quer ter consciência de que a vida vai doer?
É que com 20 eu percebi como é fácil ficar louco
E como é fina a fronteira entre este lado e o outro
E com 30 apercebi-me como é fácil ficar velho
E como é rápida a mudança do outro lado do espelho!
E se a Idade não diz nada na verdade
E é apenas uma data no bilhete de identidade
Porque é que esta sociedade, faz sentir na realidade
Que caminhar prá velhice é uma contagem regressiva?

Há que aceitar a morte e não temer a mudança
Enfrentar o crocodilo do relógio na pança!
Viver como as tartarugas, fiéis às suas rugas
Duzentos anos de casca e de muitas aventuras!
E que o tempo seja lento
Para que os mais velhos não envelheçam de repente
E que quando nos faltarem a gente seja valente
E através da nossa vida perdurem eternamente
E assim sucessivamente!
Que eu tenha sempre, a vida toda pela frente
E tenha em mente que o presente é um presente
Que o ontem seja sempre mais curto que o amanhã
E que mesmo sendo adulta viva como Peter Pan!

“Quero viver nesse lugar...
Onde “nunca” é muito tempo
Onde nunca se diz adeus
E nunca se cresce...
Nesse lugar, entre o sono e a vigília
Onde se pode chegar sonhando
E onde estarei para sempre à tua espera.”

Curiosità sulla canzone Síndroma de Peter Pan di Capicua

Quando è stata rilasciata la canzone “Síndroma de Peter Pan” di Capicua?
La canzone Síndroma de Peter Pan è stata rilasciata nel 2014, nell’album “Sereia Louca”.

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