Despedida
É sempre tristonha e ingrata
Que se torna a despedida
De quem temos amizade
Mas se a saudade nos mata
Eu quero ter muita vida
Para morrer de saudade
Dizem que a saudade fere
Que importa? Quem for prudente
Chora vivendo encantado
É bom que a saudade impere
Para termos no presente
Recordações do passado
É certo que se resiste
À saudade mais austera
Que à ternura nos renega
Mas não há nada mais triste
Que andar-se uma vida à espera
Dum dia que nunca chega
Só lembranças, ansidades
O meu coração contém
Tornando-me a vida assim
Por serem tantas as saudades
Eu dou saudades a alguém
P’ra ter saudades de mim