Escravo Branco
Roceiro deixa o sertão e vem pra cidade grande
Trabalhar de empregado onde o progresso se expande
Onde o preço do aluguel, esta difícil de viver
Luta e sofre operário
Todo mês o seu salário dá muito mal pra comer.
Quando o peão sai de férias, vai rever o seu sertão
Para abraçar os parentes, amigos do coração
Chega de terno e gravata igualzinho um tubarão;
Não conta porque é chato
Que comprou roupa e sapato lá no turco a prestação.
Diz que tem TV à cores e seus móveis são modernos
Mas não diz que a sua vida é um verdadeiro inferno
Que trabalha dia e noite ainda passa apertado
O seu pagamento atrasa
Nem dentro da própria casa pode dormir sossegado.
Se o escravo do progresso falasse a realidade
Quando fosse pro sertão para matar a saudade
Fala que esta sofrendo passando necessidade
O caboclo lá da roça
Jamais deixava a palhoça pra vir sofrer na cidade.