A Margem Esquerda do Rio
Sou o que ninguém nunca quis ser
E por isso, nunca faltarei
Na mesa dos fartos ricos cidadãos
Na mesa dos oprimidos sem perdão
E por isso sou o que dizem não ser capaz
De virar o mundo ou sofrer de amor
Enxerguei na noite, a sua luz
Procurei ao sol, seu coração
Entreguei aos homens, seu destino
Entreguei aos cegos, sua mão
E por isso vou para onde ninguém quer ir
E por isso vivo, onde querem morrer
Dar nunca é melhor que receber
Diz a tola lei dos seus patrões
Não é de ninguém o seu velho coração
Não é dos faróis, a sua luz
E pra quem quiser, o melhor é não ir atrás
Esquecer de tudo é viver por viver
Solo de um país que não pisei
Desconheço tudo que não sei
Deixa o sol brilhar, minha cega paixão
Para não tentar mais ilusões
Para não deixar que o sorriso não seja meu
De algum amigo ou alguém como eu
Para não deixar que o sorriso não seja meu
De algum amigo ou alguém como eu