Nego Véi

Gabriel Mendes

Terra da chapada da brasa que sobe e desce
Que te cura e garimpa sorrisos fáceis
Da memória que desenha o brilho nos olhos
Gente humilde e rica plantação
Do braço fino de nego forte, ô pega carumbé
Na bateia, o ouro é a esperança, do tempo de voltar
Os dentes incertos de grandes risadas
“Us menino" novo há de comer, o que veio do garimpo
A lamparina não ha de apagar

Nego véi, que fumava cachimbo
Com pé descalço em terra estranha o que plantou
Não colheu assim mesmo não morreu
Nego véi no quilombo nasceu
Nego véi, que fumava cachimbo
Do pé calejado que arava a terra a riqueza
Que extraiu não lhe pertenceu atitude broder o quilombo não morreu

A roda não há de morrer, enquanto entoar
O canto das minas antigas, a lamparina não há de apagar
A roda não há de morrer, enquanto entoar
O canto das minas antigas, a lamparina não há de apagar
Nego véi, que fumava cachimbo
Do pé descalço em terra estranha
O que plantou não colheu mesmo assim
Não morreu nego véi no quilombo nasceu

Nego véi, que fumava cachimbo
Do pé calejado que arava a terra a riqueza
Que extraiu não lhe pertenceu atitude
Broder o quilombo não morreu
Copicondê fogo

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