Amor e Crime
Amor, não há amor
Existem só provas de amor
Mas, no amor, provas não bastam
Tudo mentira
Tudo cinema
Apenas cenas
Quando, em ledo engano-me, acenas
Regressando em algum trem
A essa história de amor
Porque uns barcos se afastam
E mil sereias cantam sem pudor
Oh! Que trágico destino!
Preferir-se o assassino
Ao amante mais leal
É que bandidos são úteis
E nós, os amantes, fúteis
Vulgaridade do mal
Amar agora é crime
Só a paixão nos redime
Da obsessão, do sublime
Do ideal
Tudo romance, tudo poema apenas cenas...
Fazer mal do amor é glória?
E o sofrer, da paz? A quem?
Ah! Essa história de dor
Buscar o amor sem vitória
Voltar feliz, sem memória
Ao paraíso terreal
Oh! Que trágico destino!
Preferir-se o assassino
Ao amante mais leal
É que bandidos são úteis
E nós, os amantes, fúteis
Vulgaridade do mal