Despetalada

Barro

Rosa flor desabrocha
Cabrocha
Quando sai de madruga

A vida é clara

Cravo bravo e traiçoeiro
Uiva um brado fulminante
Vê a rosa e despetala
Por tara
Desgraçou uma vida rara

No passo do tempo
Me traz alento
Na sombra do assombro
Dos olhos sedentos
No gosto o amargo
Me mata por dentro
No rosto desgosto
Na boca veneno

E eu vivia assim
Tão desesperada
E a poesia em mim
Me trocou pelo nada
E eu me via assim
Tão desesperada
E essa dor em mim
Já não sofro calada
E quem vai ser o primeiro a ser Deus?

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