Pescoceiro
La pucha o corpo delgado
Bien cepillado, pelo de lontra!
Mal empezado traz no olhar a mala suerte
Aun que se enraiva o boleador troca de ponta
Bien cepillado, pelo de lontra!
Sempre atorado, desinquieto, relinchando
Medio pelado das cadenas do buçal
Cavallo lindo pero lleno de rancor
Por faltar o maneador e a ciência do bocal
Morde a si mesmo, sacando o couro del pecho
E por derecho se desdobra num salseiro
Aperto a cincha, senta e abraça o palanque
Sempre com gana de extraviar os meus arreios
Por sem costeio solamente es tenteador
Sai me porfiando, canta a espora no garrão
E a tal confiança no ensino racional
Nos apresenta mais baldas do que função
Que judiaria uma tronqueira desse porte
Ter o destino pelo bridão extraviado
Pois é melhor dar uns tirão e impor respeito
Que vê-los feito pescoceiro e desbocado
Pescoceiro e desbocado