Mulher, Patrão e Cachaça
[Letra de "Mulher, Patrão E Cachaça" com Adoniran Barbosa]
[Verso]
Num barracão da favela do vergueiro
Onde se guarda instrumento
Alí, nóis morava em três
Meu Violão da Silveira e seu criado
Ela, Cuíca de Souza
E o Cavaquinho de Oliveira Penteado
Quando o cavaco centrava e a cuíca soluçava
Eu entrava de baixaria
E a ximantada sambava, bebia, saculejava
Dia e noite, noite e dia
No barracão, quando a gente batucava
Essa cuíca marvada chorava como ela só
Pois ela gostava demais do meu líti
Que bem baixinho gemia
Gemia assim, como quem tem algum dodói
Tudo aquilo era pra mim
Gemia e me olhava assim
Como quem diz: "Alô, my boy!"
E eu como bom violão
Carregava no bordão caprichado sol maior
Mas um dia patrão, que horror
Foi o rádio que anúnciou com o fundo musical
Dona Cuíca de Souza
Com Cavaco de Oliveira Penteado se casou
E deu uma coisa na claquete
Eu ía pegar o cavaco, o pandeiro me falou:
[Saída]
"Não seja bobo, não se escracha
Mulher, patrão e cachaça em qualquer canto se acha"
"Não seja bobo, não se escracha
Mulher, patrão e cachaça em qualquer canto se acha"
"Não seja bobo, não se escracha
Mulher, patrão e cachaça em qualquer canto se acha"
"Não seja bobo, não se escracha
Mulher, patrão e cachaça em qualquer canto se acha"