Caçula do Patrão
Eu sou muito feliz por ser vaqueiro
Me criei no sertão, pegando gado
Por um simples olhar de uma pequena
Eu fiquei para sempre apaixonado
Eu pensava que era brincadeira
De uma noite tão linda de fogueira
Sem querer, segurei na sua mão
Se eu contar, pouca gente acredita
Que essa jovem, tão meiga e tão bonita
É a filha mais nova do patrão
Quando são 5 horas da manhã
Penso em Deus, e pra luta me levanto
Corro à vista no pátio da fazenda
Vejo o gado malhado em todo canto
Eu, por ser da fazenda um bom vaqueiro
Vou de ponta de pé para o terreiro
Atendendo o recurso da paixão
Sem temer a carranca do pai dela
Da calçada, me escoro na janela
Dou um beijo na filha do patrão
No final de semana tem forró
Eu termino mais cedo o meu trabalho
Dou comida ao cavalo e prendo o gado
Guardo a sela, o gibão e o chocalho
Num horário marcado pra nós dois
Ela chega primeiro, e eu depois
E o encontro da gente é no salão
Invejosos, cochicham sem descanso
Comentando, na festa que eu só danço
Com a filha mais nova do patrão
O seu pai descobriu nosso namoro
Quem é pobre, com rico nunca pode
Ainda bem que na minha profissão
Não conheço um vaqueiro pra ser mole
Inventei de falar com o pai dela
E pedi para me casar com ela
E o velho, zangado, diz que não
Me botou da fazenda para fora
Dessa vez, eu vou ter que ir embora
Mas só vou com a filha do patrão